Conheça Artur Azevedo, um dos autores que definiram o teatro musical brasileiro | Escola de Teatro Célia Helena
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Conheça Artur Azevedo, um dos autores que definiram o teatro musical brasileiro

Maranhense levou a crítica de costumes ao gênero, tornando-o popular no fim do século 19

“Como não gosto de dúvidas, eu —  a Política — a principal das calamidades brasileiras, que amo e dirijo todas as outras, ordeno a chamada geral.” Assim, a tal Política se dirigia ao Bedel, que, obediente, confirmava a presença de figuras como a Fome, a Febre Amarela e a Seca.

Eram estes alguns dos personagens evocados na peça “O Rio de Janeiro em 1877”, primeiro musical escrito por Artur Azevedo (1855 – 1908). Muito antes da atual popularização dos musicais norte-americanos no Brasil, a então capital federal já era palco dos espetáculos de teatro de revista, estilo originalmente francês que encantou o público brasileiro.

 

 

Nascido no Maranhão, Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo mudou-se para o Rio de Janeiro para ocupar um cargo no Ministério da Agricultura, além de lecionar português. A verdade, no entanto, é que ele acumulou funções: foi jornalista, consagrou-se como um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e se destacou como um grande dramaturgo, tendo grande relevância na história do teatro musical no Brasil.

Azevedo seguiu a linha de um estilo satírico que começou em 1859, no Rio, com os artistas franceses. Bastante politizado, ele fez sucesso por encenar os fatos sociais da época, com boas doses de humor. Este dever cívico que ele tinha com o teatro já era visto em suas obras anteriores, como “Carapuças”, de 1871. A obra reunia poemas satíricos sobre os nomes mais influentes da sociedade de então.

Em uma associação bem-sucedida com o dramaturgo Moreira Sampaio, lança “O Bilontra”. Na trama, a história de um comerciante português que se esforça para ganhar um título de nobreza, mas é enganado por um “bilontra” — como se chamavam os golpistas. Bem-humorado, o espetáculo fez sucesso e engajou o público, criando uma demanda e levando Azevedo a persistir no gênero.

O frescor de seus pensamentos não ficava apenas no teatro, mas exercia uma influência na vida real. Ativista pela abolição da escravatura, ele publicou artigos no jornal “O Mequetrefe” a favor da causa e criou peças sobre o tema. “O Liberato”, por exemplo, é uma trama baseada na Lei do Ventre Livre. “A Família Salazar” é outra, posteriormente publicada como “O escravocrata”. Ambas sofreram censura do Império.

Apesar do sucesso de seus espetáculos, Azevedo enxergava uma certa crise nas Artes Cênicas da época. A solução, para ele, estaria na construção de um espaço público voltado para o teatro. Influencia, então, na aprovação de uma lei que previa a criação de um teatro municipal, o que se concretizou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O edifício foi concluído em 1909 e tornou-se um legado de Artur Azevedo, morto nove meses antes da inauguração.

O teatro musical, como se sabe, continua fazendo sucesso no Brasil até hoje, atualizando-se e incorporando tendências. Neste contexto, o Célia Helena idealizou um curso para integrar os três focos de expressão do gênero musical – canto, dança e atuação. Essencialmente prático e com um ano de duração, o curso prepara os participantes para a cena musical com personalidade criativa. Saiba mais sobre o curso aqui! 

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