Aluno egresso do Célia Helena, Fause Haten faz temporada de dois espetáculos | Escola de Teatro Célia Helena
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Aluno egresso do Célia Helena, Fause Haten faz temporada de dois espetáculos

 

Desde os anos 90, Fause Haten se destaca como um grande nome da indústria da moda. Presente no mercado americano, o estilista participou diversas vezes das maiores semanas de moda do mundo, como as de Nova York e Milão. Um outro lado do artista, no entanto, passa a ser cada vez mais conhecido: o de ator e performer.

Dedicado às artes cênicas há mais de dez anos, Fause faz temporada dupla em São Paulo: seus mais recentes espetáculos, “A Feia Lulu” e “Lili Marlene”, entram em cartaz no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura (mais informações no fim deste texto).

A relação do estilista com o teatro começou no Célia Helena Centro de Artes e Educação em 2006, quando ele iniciou seus estudos na área. Após fazer um curso livre, Fause decidiu seguir na instituição para concluir o curso profissionalizante.

Antes de sua estreia como ator em “A Feia Lulu”, o estilista se envolvia com o teatro criando figurinos. “À medida que fui conhecendo pessoas do universo do teatro, foi um caminho natural receber convites para a criação de figurinos”, diz o artista, que desenhou as vestes dos personagens de “O Médico e o Monstro” e de “O Mágico de Oz”. “Foram boas oportunidades de conhecer grandes produções de perto.”

Para ele, o figurino é um dos elementos de construção de um personagem. “Se o ator tiver consciência e souber usufruir disso, ele ganha um mecanismo muito potente”, diz, frisando que ao criar personagens, ele analisa o peso, o volume ou até a ausência do figurino.

Espetáculos

Já em cartaz, “A Feia Lulu” conta a história do estilista argelino Yves Saint-Laurent e de seu marido, Pierre Bergé. O nome da peça tem origem em uma história em quadrinhos criada pelo próprio Yves — em francês, La Vilaine Lulu.

Na peça de Fause, Lulu é uma menina baixinha, atarracada e gorducha, mas com uma potente autoestima. Em seu universo, ela usa e abusa da perversidade para atingir seus objetivos. Regras sociais e proibições não existem para ela.

“Considero a Lulu um alter ego de Yves Saint-Laurent”, explica. Na performance, passagens da vida do estilista se cruzam com a vida do próprio Fause, sem que se saiba exatamente quem está representado em cena.

Com reestreia em setembro, “Lili Marlene” foi o desafio mais recente de Fause, que, junto ao maestro e compositor André Cortada, criou o musical, mas não como outro qualquer.

“Trata-se de um antimusical”, diz Fause, adiantando que a trilha do espetáculo é marcada pelo punk. “Baseado em abusos infantis, a peça fala sobre como conviver com as dores e marcas que a violência pode deixar em nossos corpos e vidas.”

A personagem Lili é, na realidade, um ator transformista. Assombrado pelos maus tratos do pai, decide fugir de casa com apenas 13 anos, dando início a uma saga mundo afora. Para Fause, a peça aborda o fato inevitável de que nossos limites são invadidos. “No mundo de hoje, somos permanentemente abusados de alguma forma. Temos que conviver e aprender a lidar com isso.”

Serviço

Teatro Eva Herz – Conjunto Nacional. Av. Paulista, 2073.

 

“A Feia Lulu”

De 4 a 19 de agosto

Sábados, 21h; domingos, 19h

80 min. 14 anos.

R$ 70,00

 

“Lili Marlene, Um Musical”

DE 1º a 30 de setembro

Sábados, 21h; domingos, 19h

80 min. 14 anos.

R$ 70,00

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