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Coordenadora do curso profissionalizante do Célia, Nani de Oliveira está na série “Carcereiros”, da Globo

Inspirada em obra de Dráuzio Varella, narrativa teve lançamento na web e foi premiada em Cannes

No ambiente pesado do sistema prisional, existe uma figura que, muitas vezes, passa despercebida. Trata-se do carcereiro: funcionário que se vê pressionado por seu trabalho de mediação entre os detentos e a administração penitenciária. É pelo olhar desse profissional que a série “Carcereiros” aborda as questões de uma vida atrás das grades. A obra tem estreia na TV Globo, na próxima 5ª, 26 de abril.

“Carcereiros” tem inspiração no livro homônimo de Dráuzio Varella, no qual descreve suas experiências como médico voluntário em um presídio. Um dos personagens essenciais da trama é a Dra. Vilma, a firme diretora da penitenciária, interpretada por Nani de Oliveira, coordenadora do curso profissionalizante do Célia Helena Centro de Artes e Educação.

Nani de Oliveira, coordenadora no Célia Helena, interpreta Vilma em “Carcereiros” – FOTO: TV GLOBO/DIVULGAÇÃO

“O que a minissérie aponta é a invisibilidade dos carcereiros”, diz Nani. “São funcionários públicos que ficam em uma situação difícil, lidando com os detentos, suas perversidades e humanidades, mas de maneira invisível, sem um bom respaldo do Estado e em uma instituição absolutamente falida.”

Vilma tem a dura missão de controlar um presídio masculino — é a única mulher no ambiente hostil, o que exige força na interpretação de seu papel. “Quando fui convidada a dar vida à personagem, o [diretor geral José Eduardo] Belmonte trouxe a necessidade de a Vilma ser forte e feminina, para evitar uma deturpação, uma imagem amarga da mulher que trabalha no meio de vários homens e sob um perigo constante.”

Com o apoio do carcereiro Adriano (interpretado por Rodrigo Lombardi) e do diretor de segurança Juscelino (vivido por Aílton Graça), Vilma é ética e se esforça para lutar contra os possíveis atos corruptos dentro da instituição. Sua dedicação, no entanto, é sucumbida pela dimensão e pelos vícios do sistema.

Ensinamentos e aprendizados

A série foi gravada há mais de um ano em um presídio real então não inaugurado, em Sorocaba, e estreou em junho do ano passado, na plataforma online Globo Play. Chega agora à TV, com três episódios inéditos. O trabalho rendeu à equipe envolvida o Grande Prêmio do Júri do Mip Drama, em Cannes.

A participação no projeto gerou aprendizados mesmo à já experiente Nani, que aproveita para aplicar os conhecimentos em sua função de coordenadora no Célia Helena. “A relação entre os dois trabalhos está em um dos pilares da escola, que é o entendimento de que a formação dos alunos se dá com o exercício do pensamento, com o olhar crítico em relação ao mundo”, explica Nani.

A atriz e coordenadora em cena, ao lado de Rodrigo Lombardi, que protagoniza a série – FOTO: TV GLOBO/DIVULGAÇÃO

As questões ligadas à atuação em si, é claro, também estão presentes. Na escola, a artista compartilha, por exemplo, técnicas de construção de personagens. “Os alunos ficam curiosos com as angústias e experiências do ator, mas é importante pontuar a função do ofício, a razão de se envolver em cada trabalho, a reflexão sobre o que queremos dizer.”

Para ela, estar ao mesmo tempo em cena e na escola é uma forma de aproximação entre professores, coordenadores e alunos. “Os sentimentos que um ator tem em relação ao seu trabalho são sempre os mesmos, independente do tempo de carreira que ele tem”, destaca. “Estamos todos juntos.”

“Carcereiros” será exibida todas as quintas-feiras após a novela “O Outro Lado do Paraíso”.

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